No último sábado, 25, durante a Marcha para Jesus no Rio de Janeiro, o pastor Silas Malafaia intensificou seus ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O evento, que reuniu milhares de evangélicos e contou com a presença de diversos políticos bolsonaristas, foi palco para Malafaia proferir duras críticas e xingamentos ao magistrado.
Malafaia, conhecido por suas opiniões contundentes e apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, subiu ao palco para atacar uma decisão recente de Moraes que invalidou uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre o aborto. A resolução dificultava a realização de abortos legais em casos de estupro após a 22ª semana de gravidez, utilizando a assistolia fetal como argumento.
Em seu discurso, Malafaia não poupou adjetivos pesados, chamando Moraes de “ditador de toga” e suas decisões de “vergonhosas” e “cretinas”. Ele também usou termos como “cachorrada” e “gente inescrupulosa” para se referir ao ministro do STF. O pastor incitou os fiéis a agirem politicamente, afirmando que “oração sem ação é cristianismo falido e covarde”. Ele incentivou os presentes a enviarem e-mails para os ministros do STF, pressionando-os a reverter a decisão de Moraes.
Além das críticas a Moraes, Malafaia direcionou seu discurso ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), exigindo que ele pautasse um projeto de lei que eliminasse as previsões de aborto legal, incluindo os casos de estupro e anencefalia. O pastor chegou a insinuar que mulheres poderiam mentir sobre serem vítimas de estupro para realizarem abortos, sem apresentar qualquer comprovação para tal afirmação.
O evento também contou com a presença do governador Cláudio Castro e do deputado federal Alexandre Ramagem (PL), pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro. Malafaia aproveitou a ocasião para criticar o PSOL, chamando-o de “partido das trevas”, devido ao partido ter sido o responsável pelo pedido que resultou na decisão de Moraes contra a resolução do CFM.
A Marcha para Jesus, que tem como tema a liberdade de expressão, se tornou um palco para Malafaia expressar suas posições políticas e religiosas, reforçando seu papel de liderança entre os evangélicos e apoiadores de Bolsonaro. O pastor concluiu seu discurso pedindo que Deus tenha misericórdia do Brasil, em um apelo emotivo para os fiéis presentes.