Há 17 anos, em janeiro de 2007, Estevam Hernandes, fundador da Igreja Renascer em Cristo e criador da Marcha para Jesus, e sua esposa, Sônia Hernandes, foram presos no Aeroporto de Miami, nos Estados Unidos. O casal foi detido por tentar entrar no país com US$ 56 mil não declarados, uma parte do dinheiro estava escondida dentro de uma Bíblia.
Na época, os Hernandes declararam à alfândega que transportavam apenas US$ 10 mil, mas a inspeção revelou a quantia muito maior. Estevam e Sônia foram acusados de evasão de divisas e enfrentaram um processo legal nos EUA. Eles se declararam culpados e afirmaram que o dinheiro seria utilizado para atividades de evangelização. O juiz Frederico Moreno condenou o casal a 140 dias de prisão, cinco meses em prisão domiciliar e dois anos de liberdade vigiada.
O episódio teve grandes repercussões na mídia e na comunidade religiosa. Durante o período de detenção, Estevam cumpriu a pena em regime fechado de agosto a dezembro de 2007, enquanto Sônia permaneceu em prisão domiciliar, permitindo que alternassem o cuidado dos filhos. Além da pena de reclusão, o casal foi multado em US$ 30 mil cada um.
Após a prisão, Estevam Hernandes continuou a pregar via satélite para os fiéis no Brasil e passou a apresentar um programa diário pela Rede Gospel, uma das propriedades do casal. A Igreja Renascer também enfrentou outras acusações no Brasil, incluindo lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estelionato. No entanto, em 2012, o Supremo Tribunal Federal absolveu o casal dessas acusações.
O impacto do caso afetou a imagem da Igreja Renascer, que viu uma queda no número de templos e fiéis, embora a Marcha para Jesus continue a ser um evento importante no calendário evangélico brasileiro. O casal Hernandes, apesar das controvérsias, mantém uma presença ativa na comunidade religiosa e no cenário político brasileiro.