Polícia procura pastores criminosos que fizeram mais de 50 mil vitimas

Nesta quarta-feira (20/9), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deu início à “Operação Falso Profeta”. A iniciativa visa desarticular uma rede criminosa suspeita de enganar mais de 50 mil indivíduos tanto no Distrito Federal quanto em outras regiões do país.

O líder do esquema, identificado como Osório José Lopes Júnior, é atualmente procurado pelas autoridades e permanece foragido. A operação é uma iniciativa da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot), integrada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (Decor).

Conforme as investigações, o grupo criminoso operava de forma altamente estruturada e hierarquizada, especializando-se em crimes como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionatos e falsidade ideológica. Utilizando plataformas de redes sociais, enganavam vítimas prometendo retornos financeiros milionários sobre pequenos investimentos.

Um aspecto peculiar do golpe é o seu apelo religioso. Através de uma teoria chamada “Nesara Gesara”, os criminosos manipulavam a fé de vítimas, em grande parte evangélicas, persuadindo-as a investir suas economias em projetos fraudulentos que prometiam rendimentos excepcionais. Para ilustrar, as vítimas eram informadas que um simples depósito de R$25 poderia resultar em retornos da ordem de um octilhão de reais.

Considerado um dos maiores esquemas de estelionato do Brasil, a investigação revelou que entre as vítimas estão pessoas de todas as classes sociais espalhadas pelo país. O grupo, que atua há pelo menos um ano, é composto por aproximadamente 200 membros, incluindo líderes religiosos que enganam seus fiéis com promessas de “bênçãos” financeiras.

Como parte de sua atuação, os criminosos estabeleceram empresas fictícias que simulavam ser bancos digitais. Estes “bancos” seriam os meios pelos quais as vítimas receberiam suas supostas fortunas. Para adicionar um verniz de legitimidade, contratos fraudulentos eram assinados entre os criminosos e suas vítimas.

No decorrer das investigações, foi identificada uma movimentação financeira de mais de R$156 milhões nos últimos cinco anos, relacionada a aproximadamente 40 empresas de fachada e mais de 800 contas bancárias duvidosas.

Em uma fase anterior da investigação, um indivíduo relacionado ao esquema foi detido após tentar usar documentos falsos para reivindicar um crédito de quase R$17 bilhões em uma agência bancária em Brasília.

Na operação atual, cerca de 100 agentes da polícia civil realizaram buscas e apreensões no Distrito Federal e em outros quatro estados: Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Também foram implementadas medidas cautelares, como bloqueios financeiros e restrições ao uso de redes sociais.

Os envolvidos enfrentarão acusações que variam de acordo com seu grau de envolvimento, que vão desde estelionato e falsificação de documentos até lavagem de dinheiro e crimes contra a ordem tributária.


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