VOLTANDO EM PAZ: Aeronave da Presidência com 32 passageiros resgatados da Cisjordânia decola da Jordânia

Voo fará escalas na Itália, na Espanha e em Recife antes de chegar à Base Aérea de Brasília na madrugada desta quinta, por volta das 5h30

aeronave VC2 (Embraer 190) da Presidência da República decolou há pouco, às 16h50 (10h50 do Brasil) do Aeroporto Internacional Marka, em Amã, na Jordânia, com destino ao Brasil. A bordo, 32 passageiros (30 brasileiros, uma jordaniana e um palestino, ambos casados com brasileiros). Eles foram repatriados da Cisjordânia em mais uma etapa da Operação Voltando em Paz realizada nesta quarta-feira, 1 de novembro. No trajeto, estão previstas três paradas técnicas: uma em Roma, na Itália. A segunda em Las Palmas, na Espanha. E a terceira em Recife, já no Brasil.

A chegada será na Base Aérea de Brasília por volta das às 5h30 (horário local) desta quinta-feira (02/11). O acesso de profissionais de imprensa para acompanhar o pouso está previsto a partir da 1h e não será necessário credenciamento antecipado.

O destino final das famílias repatriadas será Foz do Iguaçu (oito), São Paulo (cinco), Florianópolis (quatro), Recife (três), Rio de Janeiro (três), Fortaleza (três), Curitiba (dois), Goiânia (dois), Brasília (dois) e Porto Alegre (um).

 

Brasileiros embarcando no voo da FAB rumo ao Brasil. Foto: GOV BR / FAB

COMPLEXIDADE – Nessa nova etapa da operação do Governo Federal, a Representação Brasileira em Ramala organizou uma complexa operação de resgate de 32 passageiros de 12 famílias. São 11 homens, 10 mulheres e 11 crianças. No grupo, seis idosos, dois deles cadeirantes.

Três veículos, entre ônibus e vans alugados pela representação do Brasil, conduziram os passageiros de 11 cidades da Cisjordânia até a cidade de Jericó. “Os veículos foram identificados com a bandeira do Brasil. Para fins de segurança, as placas, trajetos e listas de passageiros foram informados às autoridades da Palestina e de Israel”, explicou o embaixador Alessandro Candeas. A medida foi essencial para evitar bombardeios no trajeto.

Em Jericó, todos fizeram os trâmites migratórios. Dali, cruzaram a fronteira com a Jordânia e na sequência, embarcaram em outro ônibus fretado pelo Governo Brasileiro até Amã, capital do país. Um deslocamento de um pouco mais de uma hora.

Ônibus identificados pegaram os brasileiros em 11 pontos diferentes da Cisjordânia. Foto: Representação Brasileira em Ramala / Divulgação

1.445 PASSAGEIROS – Quando esse voo for concluído, a operação Voltando em Paz do Governo Federal terá garantido o retorno seguro de 1.446 passageiros, em oito voos vindos de Israel e um da Jordânia, todos comandados pela Força Aérea Brasileira (FAB). No total, são 1.440 brasileiros, três bolivianas, um palestino e um jordaniano, além de 53 animais de estimação.

GAZA – Na Faixa de Gaza, região que não tem fronteira com a Cisjordânia, outro grupo de 34 brasileiros ainda aguarda a autorização para cruzar a fronteira com o Egito, único caminho viável para tomar outro voo da FAB que aguarda no Cairo. Nesta quarta-feira, a fronteira foi aberta pela primeira vez desde o início do conflito para a saída de palestinos feridos e de um grupo de cerca de 450 estrangeiros. Essa primeira lista contemplou nacionais de Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão, República Tcheca, profissionais da Cruz Vermelha e de ONGs. “Novas listas serão publicadas em breve e nossos brasileiros devem estar nelas”, afirmou o embaixador Candeas.

A diplomacia brasileira e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguem diretamente envolvidos em tratativas para garantir ajuda humanitária na região, por negociar um cessar-fogo e para possibilitar a abertura da fronteira para o retorno dos brasileiros. O Brasil presidiu em outubro o Conselho de Segurança da ONU e atuou de forma reiterada para tentar aprovar uma resolução consensual que ajude a levar ao diálogo e à paz na região.

Desde o início do conflito, em 7 de outubro, o presidente Lula já teve diálogos por telefone com dirigentes dos Emirados Árabes Unidos, de Israel, da Palestina, do Egito, da França, da Rússia, da Turquia, do Irã, do Catar e do Conselho Europeu. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também se envolveu em diálogos com os chanceleres de Israel e Egito.

 

Grupo de brasileiros repatriados pelo Governo Brasileiro. Foto: Representação Brasileira em Ramala / Divulgação

AJUDA HUMANITÁRIA – Além dos voos de repatriação, duas aeronaves da Presidência da República já levaram à região de conflito alimentos, insumos médicos e purificadores de água. Na segunda-feira (30/10), 1,5 tonelada de alimentos foram enviadas para Gaza. O carregamento foi composto por arroz, açúcar, derivados de milho e leite e já aterrissou no Egito, onde espera indicações de como enviar o carregamento para a fronteira.

Em 18 de outubro, o VC-2 pousou no Aeroporto Internacional de Al-Arish, no Egito, com equipamentos de filtragem de água e kits de saúde. A carga continha 40 purificadores de água com capacidade de tratar mais de 220 mil litros por dia. Com tecnologia e fabricação brasileiras, os equipamentos são capazes de remover 100% de vírus e bactérias da água. O acesso à água potável é uma das maiores dificuldades enfrentadas hoje pela população da Faixa de Gaza.

Além disso, foram desembarcados dois kits de saúde. Cada um atende até 3 mil pessoas ao longo de um mês. Eles são compostos por medicamentos e insumos, como anti-inflamatórios, analgésicos, antibióticos, além de luvas e seringas. Ao todo, são 48 itens em cada kit, com um total de 267 quilos de materiais.


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